O Processo de criação
O Processo Criação.
Vários cientistas, pensadores e artistas já se perguntaram como, afinal, acontece a criação. Embora muitos autores elaborem o processo de criação em até
sete etapas, praticamente todos concordam com quatro passos básicos. Estes passos foram elaborados com a colaboração científica do físico alemão Hermann von Helmholtz e de Graham Wallas, da Universidade de Londres.
1. Saturação ou Informação
O primeiro passo do processo criativo nada tem de mágico ou misterioso. Na verdade, trata-se de um trabalho árduo e quase estafante. Segundo o dicionário, “saturar” significa “fartar, encher inteiramente, impregnar (com alguma coisa) até o ponto de não poder mais ser absorvido”. Em outras palavras, a fase de saturação envolve uma pesquisa profunda e sistemática sobre o problema a ser resolvido. A abordagem utilizada por Thomas Edison para resolver um problema é um bom exemplo de saturação. Ele dizia: “sou mais uma esponja do que um inventor”.
Quando queria descobrir alguma coisa, primeiro procurava saber como outros tentaram resolver o problema. Então recolhia informações sobre as milhares de experiências e estudos que outros realizaram sobre o assunto. Este era apenas o ponto de partida para o seu ataque. Lembre-se: 99% de transpiração e apenas 1% de inspiração. Ou, como dizia um outro gênio, uma obra-prima primeiro tem que ser obra, para depois ser obra-prima. O preço de uma ideia é o raciocínio intenso, consciente, concentrado. É preciso combinar, adaptar e remontar. Porém, ao mesmo tempo em que se está trabalhando conscientemente em um problema, também o inconsciente está sendo saturado de informações. E, uma vez tendo forçado seu consciente até o limite sem encontrar uma solução, confie no seu inconsciente e deixe-o assumir a tarefa.
2. Incubação
O segundo passo do processo criativo é passivo. Ficar tranquilo, relaxar, não pensar no problema. Deixe-o em banho-maria no inconsciente. De alguma maneira misteriosa e aparentemente mágica, o inconsciente trabalha enquanto você relaxa, convertendo as informações coletadas durante a saturação em novos conceitos, em busca da solução do problema. Helmhltz dizia que as melhores ideias lhe vinham “durante a subida de uma montanha num dia ensolarado”. Einstein tocava violino, assim como o detetive Sherlock Holmes quando precisava resolver algum mistério (Conan Doyle devia entender do assunto). Outros acreditam que a melhor maneira para deixar o subconsciente trabalhar é ouvindo música, dirigindo, lendo poesia, pescando, caminhando, indo ao teatro ou lendo histórias policiais. Umas das melhores opções de comandar o inconsciente para trabalhar é a hora de dormir. Repasse mentalmente seus problemas, um a um. Diga a si mesmo que terá as soluções pela manhã, fique na expectativa. Descobrir a melhor forma para relaxar e deixar o inconsciente trabalhar é fundamental para um bom processo de incubação. Você já pensou como costuma relaxar?
3. Iluminação
Este é realmente o momento em que acontece a ideia, o “heureca” de Arquimedes. É o clarão de inspiração criativa que vem do inconsciente durante um período de incubação. Para otimizar este momento, convém manter uma atitude positiva em relação às ideias. Tenha uma mente sempre aberta, não rejeite ideias cedo de mais, não as discrimine com demasiado rigor – neste momento, nada pior do que fazer um julgamento crítico da ideia. Deixe um canal aberto para que as ideias possam fluir. Outras atitudes que podem estimular o momento da iluminação são visitas a lojas, galerias de arte, andar pelas ruas, observar a multidão. Emerson recomendava que todos deveriam passar uma hora por dia meditando. A meditação desenvolve profundos insights intuitivos sobre problemas e projetos.
Quando as ideias começarem a surgir, registre-as o mais rápido possível, mesmo que pareçam banais, ridículas ou absurdas. Use lápis e papel, gravador, computador, vídeo ou o que for mais prático ou confortável. Muitas ideias se perdem porque as pessoas confiaram em sua memória. “A memória mais forte é mais fraca que a tinta mais clara”, diz um provérbio chinês. Tenha sempre um bloco de anotações à mão.
4. Verificação
Este passo é a validação das ideias. Seu julgamento crítico, sua prova de viabilidade. As ideias que resolvem, de fato, o problema? São práticas sob um ponto de vista de aplicação? São possíveis de serem implementadas?
É perfeitamente natural que esta etapa venha ao final do processo, pois, caso se apresentasse antes, promoveria uma interrupção no fluxo do pensamento. Atitudes como “não é possível”, “não dá para ser feito”, “é caro”, “é por demais complexo” ou mesmo um simples “não vai dar certo” são fatais durante as fases anteriores, mas não agora.
Ao fazer a revisão e avaliação das ideias, pode-se descobrir que um pensamento aparentemente absurdo pode conter uma sugestão para uma abordagem completamente nova a um problema importante. Uma ideia que a princípio pareceu forçada pode abrir caminho para o desenvolvimento de um novo produto.
As ideias brutas podem ser “buriladas” e lapidadas. Algumas serão descartadas, é claro, mas provavelmente muitas serão consideradas geniais.
Neste momento do processo, vale a participação de outras pessoas. Pergunte o que elas acham da sua ideia, como elas são visualizadas, se acham que são viáveis. “Deixe sua imaginação voar solta. Depois, coloque-a em execução aqui no chão”: este é o lema de uma grande empresa norte-americana para seus engenheiros.
Deixe uma resposta
Você precisa fazer o login para publicar um comentário.
1 Comentário
Olá boa noite achei interessante!